quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

RELATO CHAUÁS ELDORADO - EU VOU SEM FREIO


Yamas e Mari



RELATO CHAUÁS ELDORADO - EU VOU SEM FREIO

2º LUGAR CATEGORIA DUPLA MISTA PRO - 80KM


Por Mari Malufe



Sábado, 1 da manhã: mapa em mãos.


Concentrada, a dupla esqueceu até que não tinha onde dormir, ou melhor tinha, mas não sabia onde. Passadas algumas horas percebemos que todos os hotéis cidade estavam lotados e que deveríamos ter perguntado onde era o tal alojamento. As coisas obvias parecem tão mais obvias quando precisamos delas!!


Naquele momento a decisão era entre o banco da praça e o porta malas do carro. Ficamos com a segunda, afinal já eram quase 4 da manhã e o sono seria de poucas horas, mesmo. Na manhã seguinte fomos tomados pela correria. Enquanto o briefing era dado, conferíamos os equipamentos pela última vez, passavamos protetor solar e tentávamos montar os sanduiches…


Enquanto o Yamas colocava óleo na corrente da bike e o café da manhã na mochila, ouvia a mari perguntar insistentemente… “vc. tá prestando atenção no briefing?” e respondia “to,… um pouquinho”. E foi assim que largamos. com uma adrenalina louca que driblou nosso sono e fome. O calor era intenso e a prova começou com uma travessia pela água (lama, ou o que quer que fosse aquilo!!) nos ombros e uma escalada pelo barranco que acreditávamos indicar o tipo de percurso que viria pela frente. Estávamos errados, o percurso era sempre mais complicado que aquilo.


As pernas de remo eram os momentos mais esperados por todos os atletas. O calor estava desconcertante e não foram poucos os momentos em que parávamos para tomar a água que tivesse por perto. tanque, bica, rio… tava valendo q.q. coisa pra segurar o calor. Entre o PC 8 e o PC 9, o Yamas insistia que estávamos “por aqui”, e a Mari insistia que “temos que entender que não temos a menor idéia de onde estamos”. Pela primeira vez trocamos as risadas por um pouco de preocupação… Temos comida? Será que conseguiremos sair daqui ainda de dia? Fomos tomados por uma tensão que nos fez pensar em desistir da prova. Mas a idéia foi completamente abandonada assim que conseguimos sair do mato e percebemos que a navegação estava nos levando para a direção correta. Onde é mesmo o PC 9? E seguimos correndo,…


Alguém aqui pensou em parar a prova??? A prova continuou com ainda mais força, grande parte dela já havia sido percorrida. Acreditávamos que tínhamos perdido muito tempo entre os PCs 8 e 9, mal sabíamos que no fim da prova, ao cruzarmos o pórtico de chegada, equipes de resgate ainda procuravam atletas por aquelas matas… seguimos tranquilos, estávamos perto do PC 11 onde encontraríamos comida, água, meias limpaaaasss, e o Frajola da EU VOU FÊNIX com uma energia contagiante. Subimos ao PC 12 e a descida… bem, a descida foi assim… sem freio, mesmo. Como tinha de ser.


Foi quando chegamos ao PC 13, 12 minutos antes do corte. Fomos tomados por uma sensação de alívio e alegria… faltava apenas um PC. Mas o PC 14 nos tomou quase 3 horas. A chuva chegou atrasada e ao errarmos o caminho, começando um push bike com mato até a cintura no meio da chuva, percebemos que não conseguiríamos fazer isso por 12 Km até o PC, sem falar na volta. aqueles primeiros 200m foram difíceis demais e voltamos pra estrada com o pneu furado. Desistimos de completar a prova pela segunda vez, mas não estávamos convencidos, estávamos tão perto… foi quando decidimos tentar pela última vez, vamos pela estrada só mais um pouquinho, vai ?! Achamos a entrada correta e seguimos direto para o PC 14.


Na volta do PC já fomos tomados por uma imensa sensação de missão cumprida, faltava muito pouco pra completarmos a prova… Na estrada esburacada, um grande tombo… Foi quando passou um carro da organização oferecendo ajuda… “não moço, pelo amor de deus… falta só um km, nós vamos nem que seja a pé!!” e fomos. chegamos ao portico depois de 14 horas e meia de prova. Por ser uma das últimas equipes a chegar, até por ter sido a última a passar no corte, poucos eram os que ainda se encontravam na praça, mas havíamos conseguido terminar a prova e isso era o mais importante...


A notícia da segunda colocação chegou atrasada, junto à lembrança daquele troféu esquecido sobre a mesa, perto do coreto. Ainda não sabíamos que aquele era o nosso troféu. E foi só aí, duplamente realizados, que corremos pra junto da nossa equipe comemorar o que gostaríamos que fosse apenas… a primeira de muitas.

6 comentários:

Dario Forghieri disse...

Graaaaaande Mari!!!

Parabéns!!!

É a EU VOU SEM FREIO indo pras cabeças!

Agora é o Troféu SP!

Vamo que vamo...

Lu Schuetze disse...

Mari !! Yamas !!
Que legal !!
Parabens !!! que orgulho !!!
Pela corrida e pelos dotes de escritora !! Relato show de bola !! nao consigo parar de colocar exclamacao !!! beijao Lu

Lu Schuetze disse...

Eh !!!
Consegui "postar" no blog !!! primeira vez ....

Humberto Morais Graciano disse...

Resumiu muito bem o que passamos tambem!!!!!!! Essa prova foi Dificil...tambem nos perdemos no Pc 8 para o 9... FOI FODA!! Pensamos em desistir tambem... Mas a vontade de achar o caminho completar a prova era maior!!!

É nois!!!

EU VOU MOVIMENTE-SE...

Dario Forghieri disse...

Graaaaaaaaaande Humberto!!!!

Chegou chegando meu velho!!!

Mande seu relato que tem lugar cativo aqui tb!!!!

abraço

Dabas

rickyama disse...

É isso aí gente!!! Foi muito show correr essa prova.. vários perrenguens...
E a recompensa (como diz a Mari) em doses homeopáticas...
Minha parceira é muito show...
Corre, pedala, rema, NAVEGA e escreve!!!!!
=)